terça-feira, 25 de junho de 2013

Burocracias e a agonia da espera.

Tomada a decisão, urgia resolver tudo o que fosse necessário, pois todos os minutos eram preciosos. Não víamos o momento de a ter junto a nós.

Foi então necessário contactar com a advogada e colocá-la em campo, de modo a que tratasse de toda a burocracia e que colocasse tudo a mexer.

Teve ainda que ser feita a ponte com o tribunal da ilha onde ela residia e com a família com quem ela estava, que não a sua família biológica.

Apesar de toda a celeridade possível, as férias judiciais estavam à porta e avizinhavam-se problemas.

Refira-se que as férias judiciais, em Cabo Verde são de 2 meses, Agosto e Setembro, e nesse período só os casos de vida ou morte é que andam… tudo o resto tem que esperar por Outubro.

Tentámos tudo por tudo…

Inclusive estivemos sentados numa agência de viagens, em frente à funcionária, à espera que chegasse uma resposta favorável do tribunal, mas nada se poderia resolver antes das ditas férias.

O juiz referiu que a audiência e audição das diversas pessoas até poderia ser antes, mas a decisão só seria proferida em Outubro.

Ou seja, ou esperávamos ou iriamos lá em Julho, conheceríamos a criança e seríamos ouvidos, e voltaríamos em Outubro, para a sentença… e isso nós não aguentaríamos.

Não se tratava somente da questão monetária, pois teríamos que fazer 2 viagens, mas o pior seria a violência psicológica de a conhecermos, estar com ela e depois termos que partir, deixando-a lá, sem sabermos como ela estaria, se estaria a ser bem tratada, etc e tal.

Penso que qualquer pessoa com o mínimo de sentimentos consegue compreender isto.

Por isso, decidimos e ficou agendado que seríamos ouvido em tribunal no dia 1 de Outubro, 1º dia depois das férias judiciais, mas teríamos que ir uns 2 ou 3 dias antes, para a conhecermos e privarmos com ela.

Esta foi a condição essencial imposta pelo juiz, pois segundo ele, não entregaria nenhuma criança a quem não a tivesse conhecido antes, pois dava muita importância à empatia que se devia estabelecer entre os futuros pais e a criança.


E assim foi…

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