Realmente foi isso que se passou,
no nosso caso.
Quando a notícia chegou, e com
ela o vislumbre de uma criança e de que o momento tinha chegado, o primeiro
pensamento que nos veio à cabeça foi o SIM… dizer logo e sem qualquer dúvida
que sim, que se fosse possível que a metessem rapidamente num avião, que nós
estaríamos no aeroporto para a apanhar…
Mas as coisas não são assim. E é
preciso pensar friamente, com a cabeça no lugar (ou o mais possível atendendo
às circunstâncias).
Não se está a tratar de um
objecto, que se tiver defeito ou não se estiver contente, se leva a factura e
se devolve. Estamos a falar de vidas humanas, de sentimentos, de laços que se
vão dar e construir para uma vida.
Sobretudo, no nosso caso, o que
nos metia mais medo eram as doenças que ela poderia ter e, caso assim fosse, de
que modo conseguiríamos lidar com elas, ou não.
Assim sendo, pedimos à nossa
advogada que nos desse o máximo de informação que existisse sobre essa criança
e que fossem realizadas 2 análises: HIV e Hepatite.
Agora, pensando a esta distância,
conseguimos ver que existem um sem número de outras doenças igualmente “perturbantes”,
e que na altura nem pensámos nelas.
As informações que tínhamos eram
poucas. A pequena foto, as análises que tinham sido pedidas, mas que nunca mais
chegavam. As variáveis apresentavam-se quase como um salto no vazio, para a
escuridão, quase como um salto de fé.
Mas, depois de se ter visto
aquela foto, já não havia nada a fazer.
Era ela! Aquela era a nossa
menina!
Pois foi... aqueles olhos negros bem que nos prenderam... e lembro-me tão bem de te dizer, amor, que mesmo que ela tivesse uma dessas doenças, eu já não me imaginava sem ela!
ResponderEliminarE se tivesse vocês eram os melhores pais que ela podia ter!!
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